intolerâcia religiosa e racial
Brasília grita um basta à Intolerância Religiosa
segunda-feira, 7 / agosto / 2006
Brasília, 7/8/06 -
Inúmeros atos de intolerância rel Intolerância como sinônimo de chacinas e outros crimes: Considerado com um espaço de culto e também ponto turístico de Brasília, a Praia dos Orixás, como é conhecida homenageia as Religiões Afro-brasileiras. Todos os presentes exigiram o fim da discriminação e do vandalismo. “A religião de origem negra abriga a todos os povos, de todas as cores, todas as raças, idades e gêneros. Todos merecem receber o mesmo respeito”, destacou o presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, professor-doutor Ubiratan Castro de Araújo. O Secretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Republica, ministro Paulo Vanucci, relembrou o ato de intolerância de um pastor ao chutar a imagem de Nossa Senhora Aparecida, uma Santa Negra, em Rede Nacional de Televisão. O ato resultou em maior repercussão e indignação por toda a sociedade brasileira à época. “A indignação com a depredação das imagens da Prainha deveria ser a mesma., pois é um ato claro de agressão aos Direitos Humanos e a Democracia Racial”. disse Vanucci. Emocionado, o titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos lembrou que deveria haver um meio de identificar, por impressões digitais, as marcas dos autores dos atos de intolerância. “As impressões deixadas nessas intolerâncias são as mesmas de quem assassinou o Índio Galdino Patachó, dos assassinos homofóbicos, dos autores das chacinas de Eldorado dos Carajás e de Corumbiara, e dos assassinos da Irmã Dorothy Stang, frisou Vanucci, fazendo citações aos massacres do Carandiru, que resultou em 111 detentos mortos e da Candelária, onde meninos de rua foram brutalmente assassinados. Prainha merece cuidado e respeito: As demais autoridades que compuseram a mesa oficial do evento, montada em um toldo na Prainha foram contundentes em suas falas. O ato público também serviu de apoio ao Estatuto da Igualdade Racial. “Não há democracia, enquanto houver Orixás sendo depredados”, disse a Deputada Érika Kokay, do PT do Distrito Federal, integrante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa. Representando os religiosos de matriz africana de Brasília e do Distrito Federal, Dona Marinalva pediu respeito a todas as religiões, e os convidou a todos os presentes a caminharem juntos em busca de paz. Marinalva cantou em homenagem a Yemanjá e solicitou às autoridades locais e federais atitudes em relação ao pedido de socorro feito pelos adeptos das religiões de matriz africana. “A Prainha foi um trabalho de luta do Pai Paiva junto ao governador Joaquim Roriz.Queremos essa liberdade de volta”. disse a líder religiosa.
igiosa vem sendo registrados em diversos estados brasileiros. No Distrito Federal a situação não tem sido muito diferente. Desde o ano passado, constantes ataques as 16 imagens de orixás, criadas pelo artista plástico Tati Moreno e instaladas na Prainha do Lago Paranoá tem sido depredadas. A imagem de Nanã, foi roubada e encontrada dias depois no lixão da cidade; Yemanjá foi queimada, Oxóssi foi roubado e até hoje não fora encontrado; e Oxalá e Xangô foram destruídos no local. A imagem de Ogum, teve suas armas decepadas e a de Exú está a ponto de cair. Para dar um basta a esta situação, um ato público realizado por r
epresentantes de religiões de matriz africana, Federação Brasiliense de Candomblé, com o apoio da Fundação Cultural Palmares, Secretária Especial dos Direitos Humanos e Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (SEPPIR), reuniu no último dia 3 de agosto na Prainha adeptos do candomblé, umbanda, parlamentares distritais e autoridades federais.
O ato público foi finalizado com a lavagem da Prainha feita por baianas, com cantos e danças para os orixás. Todos os representantes distritais e federais pactuaram o compromisso pelo fim da intolerância religiosa no Distrito Federal.